Avaliação de parâmetros de qualidade e efeito do congelamento na conservação de polpas de butiá
🔍 Buscar
PDF

Palavras-chave

armazenamento
fenóis
carotenoides
atividade antioxidante

Como Citar

Ciervo de OliveiraL. R.; Severo J.; WalterM.; Filippin de Lima RochaD.; Hansel MichelottiA. A. Avaliação de parâmetros de qualidade e efeito do congelamento na conservação de polpas de butiá. Revista de Ciência e Inovação, v. 7, p. 1-21, 23 dez. 2021.

Resumo

Entre as frutas nativas do Rio Grande do Sul, o butiá se destaca, sendo amplamente utilizado em agroindústrias e na culinária regional. Com o objetivo de avaliar as características de qualidade de polpas de butiá produzidas por produtores integrantes da Cadeia Solidária das Frutas Nativas, foram realizadas análises em duas etapas. Na primeira etapa, seis amostras foram avaliadas; na segunda etapa, duas amostras de polpa de butiá foram congeladas e analisadas pelo período de 60 dias. Realizaram-se análises físico-químicas no dia do despolpe e após 30 e 60 dias; realizaram-se análises microbiológicas após 30 e 60 dias de armazenamento a - 20 °C. No primeiro experimento, as 6 polpas demostraram uma variação no teor de sólidos solúveis totais (SST), estando todos os valores obtidos de acordo com a legislação. Quanto à acidez total titulável (ATT), 3 amostras apresentaram teores abaixo do valor mínimo fixado. Os teores de fenóis totais das amostras variaram de 865,9 mgEAC.100g‑1 a 1239,3 mgEAC.100g‑1. Quanto à presença de carotenoides, os teores variaram entre 28,6 µgEβcar.g‑1 e 53,9 µgEβcar.g‑1. Houve diminuição dos compostos bioativos durante o armazenamento das polpas; além disso, as contagens microbiológicas revelaram que, após 60 dias, uma das amostras apresentou contagens superiores, reforçando a importância das Boas Práticas de Fabricação (BPF). Dessa forma, verifica-se que há variação nas características físico-químicas e de compostos bioativos entre as polpas de butiá congeladas analisadas e que o armazenamento teve influência negativa na manutenção dos compostos fenólicos, sem efeito significativo para os carotenoides.

https://doi.org/10.26669/2448-4091.2021.329
PDF

Referências

ARAÚJO, V. F. et al. Frutas Nativas Vermelhas e Amarelas: a diversidade e suas propriedades funcionais. Revista Congrega-Urcamp, v. 1, p. 1, 2017.

AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. APHA Committee on Microbiological Methods for Foods. Compendium of methods for the microbiological examination of foods. 4.ed. Washington, DC: American Public Health, 2001. 676 p.

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução normativa nº 1, de 7 de janeiro de 2000: regulamento técnico geral para fixação dos padrões de identidade e qualidade para polpa de frutas. 6. ed. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2000.

BRASIL, Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005: Dispõe sobre o Regulamento técnico sobre a ingestão diária recomendada (IDR) de proteína, vitaminas e minerais. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, DF, 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 54, de 12 de novembro de 2012: Dispõe sobre o Regulamento Técnico sobre informação nutricional complementar. Diário Oficial da República Federativa do Brasil Brasília, DF, 2012.

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução normativa nº 37, de 1 de outubro de 2018: parâmetros analíticos de suco e de polpa de frutas e listagem das frutas e demais quesitos complementares aos padrões de identidade e qualidade já fixados pelo MAPA através da IN MAPA n° 49, de 26 de setembro de 2018 para suco e polpa de frutas. 6. ed. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2018.

BRAND-WILLIANS, W.; CUVELIER, M.E.; BERSET, C. Use of a free radical method to evaluate antioxidant activity. Lebensmittel-Wissenschaft und Technologie/Food Science and Technology, v.28, p. 25-30, 1995.

CHITARRA, Maria Isabel Fernandes; CHITARRA, Admilson Bosco. Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2 ed. Ver, e ampl. Lavras: UFLA, 2005.

DAL MAGRO, G. N. et al. Comparação físico-química de frutos congelados de Butiá eriospatha (Mart.) Becc. do Paraná e Santa Catarina-Brasil. Revista Varia Scientia, v. 06, n. 11, p. 33-44, 2006.

DENARDIN, C. C. et al. Antioxidant capacity and bioactive compounds of four Brazilian native fruits. Journal of Food and Drug Analysis, v.23, p. 387-398, 2015.

EMBRAPA. Frutas Nativas são destaque em dois projetos de sustentabilidade da biodiversidade do RS. Brasília: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 2016. Disponível em: https://embrapa.br/busca-de-noticias/-noticia/ 1230545/ frutas -nativas-sao-destaque-em-dois-projetos-de-sustentabilidade-da-biodiversidade-no-rs. Acesso em 22 de ago. de 2018.

EMBRAPA. Espécies frutíferas nativas do Sul do Brasil. Editores: Maria do Carmo Bassols Raseira et al. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2004. 124 p. (Documento, 129). ISSN 1516-8840.

FONSECA, Xavier Liliane. Caracterização dos frutos de butiazeiro (Butiá odoratta Barb. Rodr.) Noblick & Lorenzoni e estabilidade de seus compostos bioativos na elaboração e armazenamento de geléias. Pelotas, 2012. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia Agroindustrial) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas,2012.

FREIRE, J. M. et al. Quantificação de composto fenólicos e ácido ascórbico em frutas e polpas congeladas de acerola, caju, goiaba e morango. Ciência Rural, 2013, v.43, n. 12. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cr/v43n12/a33213cr2012-1117.pdf. Acesso em 26 de set. 2018.

HOFFMANN, J. F.; BARBIERI, R. L.; ROMBALDI, C. V. CHAVES, F. C. Butia spp. (Arecaceae): An overview. Scientia Horticulturae, v. 179, 2014, p. 122-131.

HOFFMANN, J. F. Abordagem metabolômica para acessar características de qualidade em frutos e produtos de Butia spp. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Pelotas – RS, 2016.

HOFFMANN, J. F. et al. Stability of bioactive compounds in butiá (Butia odorata) fruit pulp and néctar. Food chemistry, v. 237, p. 683-644, 2017.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ – IAL. Métodos Físico-químicos para Análise de Alimentos. 4. Ed. São Paulo: IAL. Versão eletrônica, 2008.

LANZ, C. L. N.; NACHTIGAL, L.; SEVERO, J. Parâmetros de qualidade de polpas de uva e acerola congeladas. Revista Ciência e Inovação do Instituto Federal Farroupilha, v. 4, p. 94-105, 2019.

LONGHI, A. Nossas matas e nossos campos têm mais sabores, o povo mais saberes. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS, 7., 2013, Vacaria. Anais… Bento Gonçalves: EMBRAPA, 2014. p.60-64.

MARTINS, J. S. et al. Avaliação nutricional de Butiá (Butia yatai) processado. Segurança Alimentar e Nutricional, v. 26, p. 1-7, e019012, 2019.

PATTHAMAKANOKPORN, O. et al. Changes of antioxidant activity and total phenolic compounds during storage of selected fruits. Journal of food composition and analysis, v. 21, n. 3, p. 241-248, 2008.

PLETSCH, L. B. H. et al. Gelado comestível de Kefir adicionado de polpa de jabuticaba e morango. Revista Instituto Laticínios Cândido Tostes, v. 74, n. 1, p. 39-50, 2019.

PEREIRA, M. C. et al. Characterization, bioactive compounds and antioxidant potential of three Brazilian fruits. Journal of Food Composition and Analysis, v. 29, n. 1, p. 19-24, 2013.

ROCKETT, F C. et al. Phenolic compounds and antioxidant activity in vitro and in vivo of Butia and Opuntia fruits. Food Research International, v. 137, 109740, 2020.

RODRIGUEZ-AMAYA, D. B. Changes in carotenoids during processing and storage of foods. Archivos Latino Americanos de Nutrition, (1-S), 38-47, 1999.

RODRIGUEZ-AMAYA, D. B; KIMURA, M; MAYA-FARFAN, J. Fontes brasileiras de carotenoides: tabela brasileira de composição de carotenoides em alimentos. Brasília, 2008.

SANTOS, C. A. A.; COELHO, A. F. S.; CARREIRO, S. C. Avaliação microbiológica de polpas de frutas congeladas. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 28, n. 4, p. 913-915, 2008.

SANTOS, G. M. et al. Atividade antioxidante e correlações com componentes bioativos de produtos comercias de cupuaçu. Ciência Rural, v. 40, n. 7, p. 1636-1642, 2010.

SCHWARTZ, E. et al. Avaliação de populações de Butia capitata de Santa Vitória do Palmar. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 32, n. 3, p. 736-745, 2010.

SEVERO, J. Butiá: aliando desenvolvimento, saúde e sustentabilidade. Joseana Severo, Volmir Ribeiro do Amaral, Adriana Aparecida Hansel Michelotti (org.). Santa Rosa: Instituto Federal Farroupilha Campus Santa Rosa, 2020.

SGANZERLA, Marla. Caracterização físico-química e capacidade antioxidante do butiá. Pelotas, 2010. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia Agroindustrial) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

SINGLETON, V. L.; ROSSI, J. A. JR. Colorimetry of total phenolic with phosphomolybdic-phosphotungstic acid reagents. American Journal of Enology and Viticulture, v. 16, p. 144-158, 1965.

SOARES, Kelen Pureza. O gênero Butia (Becc.) Becc. (Arecaceae) no Rio Grande do Sul com ênfase nos aspectos ecológicos e silviculturais de Butia yatay (Mart.) Becc. e Butia witeckii K. Soares & S. Longhi. Santa Maria, 2013. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2013.

VAN JAARSVELD, P. J. et al. Retention of β-carotene in boiled, mashed orange-fleshed sweet potato. Journal of Food Composition and Analysis, v. 19, n. 4, p. 321-329, 2006.

XLSTAT. Statistical software & data analysis add-on for excel. Addinsoft Inc, USA, 2016.

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.

O autor deve garantir:

  • que haja um consenso completo de todos os coautores em aprovar a versão final do documento e sua submissão para publicação.
  • que seu trabalho é original, e se o trabalho e/ou palavras de outras pessoas foram utilizados, estas foram devidamente reconhecidas.

Plágio em todas as suas formas constituem um comportamento antiético de publicação e é inaceitável. A Revista de Ciência e Inovação reserva-se o direito de usar software ou quaisquer outros métodos de detecção de plágio.

Todas as submissões recebidas para avaliação  passam por identificação de plágio e autoplágio. Plágios identificados em manuscritos durante o processo de avaliação acarretarão no arquivamento da submissão. No caso de identificação de plágio em um manuscrito publicado na revista, o Editor Chefe conduzirá uma investigação preliminar e, caso necessário, fará a retratação.

A Revista de Ciência e Inovação, seguindo as recomendações do movimento de Acesso Aberto, proporciona seu conteúdo em Full Open Access. Assim os autores conservam todos seus direitos permitindo  que os artigos publicados sejam disponibilizados para toda a comunidade.

Os conteúdos da Revista de Ciência e Inovação estão licenciados sob uma Licença Creative Commons 4.0 by.  

Qualquer usuário tem direito de:

  • Compartilhar — copiar, baixar, imprimir ou redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
  • Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.

De acordo com os seguintes termos:

  • Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira ao licenciante a apoiar você ou o seu uso.
  • Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.

Downloads

Não há dados estatísticos.